Polícia Civil detém 13 por fraudes em concurso estadual

Polícia Civil prende 13 pessoas por fraudes em concurso do Banpará

Operação "Gabarito Final" desmantelou esquema sofisticado de fraudes no concurso do Banpará, resultando na prisão em flagrante de 13 pessoas. Saiba como o grupo criminoso atuava e quais tecnologias eram utilizadas para burlar os sistemas de segurança.

Esquema criminoso usava tecnologia avançada para fraudar concurso público

A Polícia Civil do Pará deflagrou, no dia 16 de março de 2025, a operação "Gabarito Final", que culminou na prisão em flagrante de 13 pessoas acusadas de tentativa de fraude e associação criminosa durante a realização das provas do concurso do Banpará. As prisões aconteceram simultaneamente em vários locais de aplicação das provas, tanto na capital Belém — nos bairros do Marco, Umarizal e Val de Cans — quanto no município de Castanhal.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil, os fraudadores utilizavam equipamentos eletrônicos de alta tecnologia e tamanho reduzido, especialmente desenvolvidos para burlar os detectores de metais e outros dispositivos de segurança empregados pela organização do concurso. Entre os itens apreendidos durante a operação, destacam-se aparelhos celulares em miniatura e relógios digitais adaptados para receber informações remotamente.

"Os suspeitos escondiam esses equipamentos em suas roupas e até mesmo em partes íntimas do corpo, tornando extremamente difícil a detecção pelos métodos convencionais de revista", explicou o delegado-geral Walter Resende, responsável pela operação.

Como funcionava o esquema de fraude no concurso do Banpará

As investigações revelaram um esquema bem estruturado e com ramificações em diversas cidades paraenses. De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso contava com a participação de professores especializados em concursos públicos que se inscreviam nas provas, realizavam o exame e transmitiam as respostas corretas para os candidatos envolvidos no esquema.

"Identificamos que o grupo operava a partir de um núcleo central localizado no município de Abaetetuba, mas tinha atuação em todo o estado. Este não foi o primeiro concurso que tentaram fraudar no Pará", destacou o delegado Walter Resende.

O valor cobrado pelos criminosos era significativo: cada candidato interessado em receber o gabarito das provas desembolsava até R$ 10 mil. A investigação aponta que dezenas de candidatos podem ter se beneficiado do esquema em concursos anteriores.

Tecnologia específica para driblar a segurança

Um aspecto que chamou a atenção dos investigadores foi a sofisticação dos equipamentos utilizados pelo grupo. Todos os aparelhos celulares apreendidos eram do mesmo modelo, fabricados especialmente para dificultar a detecção pelos equipamentos de segurança comumente utilizados em concursos públicos.

"Estes aparelhos são extremamente pequenos, alguns do tamanho de um cartão de crédito ou menor, com componentes metálicos reduzidos para evitar a detecção. Alguns estavam acoplados a fones de ouvido quase imperceptíveis", detalhou o delegado responsável pela operação.

Após as prisões, todos os detidos foram encaminhados à Divisão de Investigação e Operações Especiais (DIOE), onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. Os suspeitos podem responder pelos crimes de fraude em certame de interesse público, associação criminosa e, em alguns casos, corrupção ativa.

A Polícia Civil informou que as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos no esquema, principalmente os candidatos que teriam contratado os serviços do grupo criminoso.

O Banpará, por sua vez, emitiu uma nota informando que está colaborando integralmente com as investigações e que adotará medidas para garantir a lisura do concurso, incluindo a possível anulação das provas dos candidatos que tentaram se beneficiar do esquema.

Tabela Resumo das Informações

Informação Detalhes
Nome da operação Gabarito Final
Data da operação 16 de março de 2025
Órgão responsável Polícia Civil do Pará
Pessoas presas 13 suspeitos
Crimes imputados Tentativa de fraude e associação criminosa
Locais das prisões Castanhal e Belém (bairros Marco, Umarizal e Val de Cans)
Concurso fraudado Banpará
Equipamentos apreendidos Celulares em miniatura e relógios digitais adaptados
Valor cobrado pelos fraudadores Até R$ 10 mil por candidato
Base de operação do grupo Abaetetuba/PA
Local de encaminhamento dos presos DIOE (Divisão de Investigação e Operações Especiais)
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