Operação "Gabarito Final" prende 13 pessoas no Pará por tentativa de fraudes em concurso público
Em uma ação estratégica que expôs um esquema sofisticado de fraudes em concursos públicos, a Polícia Civil do Pará deflagrou neste domingo, 16 de março de 2025, a chamada "Operação Gabarito Final". O resultado foi impressionante: 13 pessoas foram detidas em flagrante por tentativa de fraude e associação criminosa durante a realização de um Concurso Público Estadual na região metropolitana de Belém.
Como aconteceu a operação
A operação foi meticulosamente planejada, com agentes da Polícia Civil se infiltrando como fiscais durante a aplicação das provas. O trabalho investigativo se concentrou em pontos estratégicos do estado, incluindo a cidade de Castanhal, no nordeste paraense, e diversos bairros da capital Belém – Marco, Umarizal e Val de Cans.
O que chamou atenção foi a engenhosidade dos métodos utilizados pelos fraudadores. Entre os detidos, havia candidatos que escondiam dispositivos eletrônicos em locais improváveis:
- Minicelulares costurados estrategicamente em roupas
- Dispositivos ocultos em partes íntimas
- Equipamentos tecnológicos escondidos em calçados
- Relógios digitais com capacidade de receber dados externos
Tecnologia a serviço do crime
Um dos aspectos mais preocupantes revelados pela operação foi o uso de dispositivos especialmente projetados para burlar os sistemas de segurança dos concursos. Durante as prisões, os policiais apreenderam diversos telefones celulares compactos, todos do mesmo modelo, fabricados especificamente para dificultar a detecção por equipamentos de segurança convencionais.
"Esses minicelulares são projetados para escapar de detectores de metais comuns, representando um desafio adicional para a segurança dos concursos", explicou um dos agentes envolvidos na operação, que preferiu não se identificar.
Além dos minicelulares, foram confiscados diversos smartphones convencionais e relógios inteligentes que estavam sendo utilizados para receber as respostas das provas em tempo real.
O esquema financeiro por trás das fraudes
A investigação revelou que o esquema era extremamente lucrativo. Os fraudadores cobravam valores que chegavam a R$ 10 mil de cada candidato em troca de fornecer as respostas corretas durante a realização das avaliações.
Estima-se que, se o esquema não tivesse sido desmantelado, os criminosos poderiam arrecadar centenas de milhares de reais apenas neste concurso. Além do prejuízo financeiro, a fraude comprometeria a integridade e a lisura do processo seletivo, prejudicando candidatos honestos.
Consequências legais
Após serem detidos em flagrante, os 13 envolvidos foram encaminhados à Divisão de Investigação e Operações Especiais (DIOE), onde a autoridade policial formalizou o auto de prisão em flagrante.
Os detidos poderão responder por crimes como fraude em concurso público, associação criminosa e, dependendo do envolvimento individual, corrupção ativa e passiva. As penas, somadas, podem chegar a mais de 10 anos de reclusão.
Impacto nos concursos públicos
O caso ressalta a importância de medidas de segurança cada vez mais rigorosas em concursos públicos, especialmente considerando a evolução tecnológica que facilita tentativas de fraude. Especialistas em segurança de concursos recomendam a adoção de detectores avançados e bloqueadores de sinais nas salas de prova, além de treinamento específico para fiscais.
Esta não é a primeira operação do tipo no Brasil, mas demonstra uma evolução preocupante nos métodos utilizados pelos fraudadores, exigindo constante atualização dos protocolos de segurança em concursos públicos em todo o país.
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará
Tabela Resumida de Informações
Informação | Detalhes |
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Nome da Operação | "Gabarito Final" |
Data da Operação | 16 de março de 2025 (domingo) |
Local | Área metropolitana de Belém (bairros Marco, Umarizal e Val de Cans) e Castanhal |
Tipo de Concurso | Concurso Público Estadual |
Número de Detidos | 13 pessoas |
Crimes | Tentativa de fraude em concurso público e associação criminosa |
Dispositivos Apreendidos | Minicelulares, smartphones convencionais e relógios digitais |
Valor Cobrado dos Candidatos | Até R$ 10 mil por candidato |
Destino dos Detidos | Divisão de Investigação e Operações Especiais (DIOE) |
Autoridade Responsável | Polícia Civil do Pará |