Escândalo em concurso público na Prefeitura de Divinópolis: erros, insegurança e suspeita de vazamento no teste psicológico aplicado pelo Instituto Consulplan

Candidatos ao concurso público da Prefeitura de Divinópolis enfrentaram uma situação alarmante durante a avaliação psicológica realizada em 9 de fevereiro de 2025. O evento, conduzido na Universidade de Itaúna (UNA) e na antiga Faculdade Pitágoras (atual Anhanguera), foi marcado por uma série de irregularidades que comprometeram a credibilidade do processo seletivo. O Instituto Consulplan, responsável pela aplicação dos testes, já acumula histórico de problemas em outros municípios, intensificando as preocupações sobre a lisura do certame.

Relatos de Candidatos Revelam Caos na Aplicação das Provas

"Foi um verdadeiro pesadelo", desabafou uma candidata que presenciou um ambiente completamente desorganizado em sua sala. Segundo seu relato detalhado, a aplicadora demonstrava visível insegurança, falando em tom quase inaudível e consultando repetidamente um manual durante a prova. As instruções contraditórias sobre a localização do número de inscrição nas folhas de resposta geraram confusão generalizada entre os participantes.

O problema se agravou quando vários candidatos iniciaram o teste antes da autorização oficial, sem qualquer intervenção da profissional responsável. Um caso particularmente preocupante ocorreu quando uma candidata, após compreender incorretamente as instruções do teste de inteligência, recebeu simplesmente outro teste para realizar, evidenciando a falta de procedimentos padronizados.

"Fomos praticamente induzidos ao erro", afirmou outro candidato, revelando que o examinador não soube indicar corretamente qual número deveria ser registrado na lateral da folha. Isso resultou em rasuras nas provas de diversos participantes, comprometendo a apresentação dos testes e aumentando a tensão no ambiente. Além disso, alguns candidatos receberam cadernos de prova (de cor verde) que já continham resoluções – uma falha grave no protocolo de segurança da avaliação.

Psicólogos Despreparados: Falha Estrutural no Processo

Um aspecto particularmente alarmante foi a evidente falta de preparo dos profissionais contratados para aplicar os testes. Uma candidata relatou que a psicóloga responsável pela sua sala demonstrava medo e insegurança visíveis, consultando constantemente seu material de orientação.

"Ela explicava, as pessoas perguntavam exatamente o que ela acabava de falar, e minutos depois outro candidato repetia a mesma pergunta. Passamos mais tempo tentando entender as instruções confusas do que efetivamente realizando os testes", explicou a participante, destacando o ambiente caótico que comprometeu o desempenho de todos.

Fontes internas revelaram que muitas das psicólogas eram recém-formadas e receberam treinamento para aplicação dos testes apenas dias antes do concurso – um fator que explica a insegurança generalizada observada durante a avaliação.

Instituto Consulplan Tenta Justificar Falhas e Suspeitas de Vazamento

Questionado sobre as denúncias de vazamento de conteúdo – já que o mesmo teste foi aplicado nos turnos da manhã e da tarde – o Instituto Consulplan emitiu uma nota de esclarecimento que pouco esclareceu. A banca defendeu que todos os testes utilizados atendem às normativas do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e são aprovados pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI).

A empresa tentou minimizar a gravidade da situação afirmando que "tais testes podem ser encontrados na internet" e que as "imagens reproduzidas não asseguram vantagem aos candidatos", argumentando que a interpretação dos resultados segue padrões específicos estabelecidos no edital. Esta justificativa, no entanto, não aborda as falhas operacionais relatadas pelos candidatos.

Histórico Preocupante: Instituto Consulplan Acumula Irregularidades

Esta não é a primeira vez que o Instituto Consulplan enfrenta acusações de irregularidades. Em Parauapebas, no Pará, o Ministério Público chegou a manifestar-se pela anulação de um concurso organizado pela mesma empresa. O histórico negativo se estende a diversas reclamações registradas no site "Reclame Aqui" e processos judiciais em diferentes regiões do país.

Este padrão de falhas levanta sérias questões sobre o processo de contratação de bancas examinadoras por parte das prefeituras e a fiscalização adequada desses contratos públicos.

O Que Esperar Após Tantas Denúncias?

Diante da gravidade das falhas relatadas, candidatos e especialistas em direito administrativo concordam que a anulação do concurso seria a medida mais adequada para preservar os princípios da isonomia e transparência que devem reger os processos seletivos públicos.

"Quando ocorrem tantas irregularidades, a confiança no processo fica irremediavelmente comprometida. A solução mais justa seria anular e realizar um novo concurso com garantias efetivas de lisura", explica o advogado especialista em concursos públicos, Dr. Antônio Ferreira (nome fictício).

Os candidatos aguardam agora um posicionamento oficial da Prefeitura de Divinópolis e dos órgãos de controle sobre as denúncias apresentadas, na expectativa de que a justiça prevaleça no processo seletivo.

Tabela Resumo das Informações

Perguntas Frequentes sobre o Concurso Público

O que é o concurso público da Prefeitura de Divinópolis?

É um processo seletivo para preencher vagas na administração pública municipal, realizado pelo Instituto Consulplan.

Quais foram as principais irregularidades relatadas?

Candidatos relataram desorganização, insegurança dos aplicadores e orientações contraditórias durante a prova.

O que a banca afirmou sobre as denúncias?

O Instituto Consulplan declarou que os testes atendem às normativas do CFP e não houve vazamento de conteúdo.

O que se espera após as denúncias?

Os candidatos esperam que o concurso seja anulado e um novo processo seletivo seja realizado para garantir a justiça e transparência.

Qual é a importância de relatar irregularidades em concursos?

Relatar irregularidades é fundamental para garantir a lisura do processo seletivo e a confiança dos candidatos na administração pública.